"Não gosto sequer de lembrar que fiz isso. Na verdade, não queria prejudicar a pessoa, apenas corrigi-la, mas ficou meio que desconfiando que fosse eu e tal. Nossa relação nunca mais foi a mesma e não consigo olhar para ela sem que lembre da maldita carta".
"Não vale a pena. Se fosse hoje, chegaria na pessoa e conversaria sobre os assuntos que incomodam ou deixaria para lá... jamais anonimamente"
Quero aproveitar novamente esse espaço democrático para propor uma reflexão acerca de certos expedientes anônimos que têm sido veiculados no âmbito interno e externo à nossa instituição. Inicialmente, quando passo a conhecer a opinião de alguns anônimos, busco compreender o porquê de tanta mágoa, tamanha desilusão e desmedida ofensividade.
Será que é
justo que busquemos estabelecer uma instituição mais justa com gestos ferozes, difamantes, caluniosos e irônicos, alguns deles ferindo até a integridade e a dignidade das famílias dos que se tornam alvo dos açodados comentários? Será que é assim que conquistaremos o progresso e união tão comentados nos próprios textos?
Não é de hoje que venho exortando a tropa a entender a sua Polícia Militar dentro de uma unidade federativa que se chama estado da Bahia, o qual, por sua vez, tem as suas possibilidades e limitações pautadas em uma história, que, por sinal, é indiscutivelmente diferente de outros países ou entes federativos nos aspectos sócio, político e econômico. Também não é de hoje que venho conclamando os meus companheiros a entenderem o quanto é difícil atender, de uma só vez e em curto espaço de tempo, a todas as necessidades individuais, pois hão de compreender que a Polícia Militar da Bahia é uma organização muito complexa e muitas são as situações a serem trabalhadas.
Mas de uma coisa eu tenho absoluta certeza e não faço qualquer tipo de reserva. Qualquer organização só poderá fortalecer-se verdadeiramente com
unidade, respeito mútuo, lealdade, profissionalismo, compreensão e, sobretudo, indispensável dedicação de todos os seus integrantes. No calor de qualquer discussão em torno do engrandecimento da PMBA, sempre restará evidente a primeira e mais grandiosa certeza: Só encontraremos salvação na ética, na moral e nos bons costumes.
Contudo, antes de iniciarmos qualquer tipo de abordagem, devemos sempre nos perguntar: o que
cada um de nós está fazendo para que a Polícia Militar seja a instituição que queremos e defendemos? Antes de julgarmos a instituição e os seus servidores, será que estamos fazendo um julgamento pessoal?
Não adianta ficarmos esperando que as conquistas e progressos caiam do céu sem que nos envolvamos e nos comprometamos com esse sistema democrático de defesa social que
voluntariamente pertencemos e juramos defendê-lo. Não adianta mais o desencanto exacerbado e as lamúrias contraditórias, as quais, muitas das vezes, traduzem-se como pretexto para não fazer nada diante das grandes dificuldades dos ofícios da segurança pública. Então, de certa forma, o mais fácil para alguns pouquíssimos é atacar vorazmente a instituição e os seus integrantes, sem apresentar idéias concretas ou sequer ajudar na construção de soluções para os problemas surgidos.
Assim sendo,
eu vejo uma instituição forte no somatório das atitudes de cada um dos seus integrantes. Cada ação eficiente e comprometida no policiamento ostensivo, cada incêndio debelado com coragem, cada ser humano libertado da opressão e da violência, cada zelo nos assuntos administrativos, educacionais ou correcionais, cada atuação em defesa do meio ambiente, cada gesto de dedicação para com os interesses da sociedade baiana, enfim, cada exposição publica dos nossos milhares de integrantes sempre representarão, no conjunto, a verdadeira instituição que nós queremos.
Por fim, o anonimato só é "justificável", quando visa a preservar a identidade de pessoas que prestam relevantes serviços à sociedade ao denunciarem,
de forma responsável, indicando pistas exatas e provas que apóiem uma apuração formal e condizente com os ditames da lei, atitudes ilícitas e impróprias de quem quer que seja. Mas quando esse anonimato é utilizado para satisfazer a sanha dos invejosos e incapazes de se comprometerem exemplarmente com uma realidade melhor e mais justa para todo o grupo, melhor seria que os autores de tais equívocos fossem enxugar as suas lágrimas de ódio fora dos muros da nossa instituição, até porque penso que tais indivíduos, no intimo, desejam efetivar esse gesto de nobreza, mas lhes falta a coragem e aí partem para denegrir o nome da respeitável Corporação.
Portanto, repito!
Só encontraremos salvação na ética, na moral e nos bons costumes.
Muito obrigado!
Nilton Régis Mascarenhas
Comandante Geral