terça-feira, 29 de junho de 2010

A Mídia e a PMBA


Muitos consideram a imprensa um "poder", ou, como alguns preferem, um "quarto poder". Independente do juízo de valor acerca da abordagem temos que compreender essa entidade como um dos maiores instrumentos de democracia no mundo contemporâneo.

Inúmeras têm sido as opiniões em torno dos trabalhos da imprensa ao abordar os assuntos do universo da segurança pública. No geral, quando as matérias censuram ou condenam a postura de integrantes da instituição policial militar, percebemos, quase sempre, a repulsa em relação à veiculação das informações. Por outro lado, quando o editorial elogia a nossa atuação, geralmente reconhecemos a imprensa como grande aliada e benfeitora. Naturalmente essa não é apenas uma realidade da Polícia Militar da Bahia.

Contudo, entre crítica ou elogio, sou pela verdade dos fatos a serem apresentados à sociedade. Se a atuação do nosso servidor for comprovadamente indevida, por que haveremos de censurar o trabalho da imprensa? Por outro lado, se os fatos indicam a atuação positiva de nossa instituição, que seja a mídia um instrumento de reconhecimento e enaltecimento dos nossos trabalhos, para que possamos demonstrar as sólidas e verdadeiras intenções da nossa organização.

É notório que a imprensa séria é um indispensável instrumento de cidadania. No exercício do bom jornalismo, apresentando-se notícias de maneira criteriosa e bem apurada, sejam fatos positivos ou negativos, todos os cidadãos somente ganharão com o esclarecimento contido na matéria. Essa é a marca dos melhores e mais respeitados órgãos de comunicação social.

Entendemos, ainda sobre a violência, que a principal fonte de informação dos profissionais de imprensa são as testemunhas, os familiares das vítimas, as próprias vítimas e até mesmo os acusados, contudo, na grande maioria dos casos, a única fonte de informação é a própria autoridade policial. E nessa busca pela informação e sua conseqüente veiculação, temos notado que são poucas as matérias que optam por uma abordagem analítica e oferecem ao leitor um quadro mais aprofundado sobre a questão da segurança pública. A violência não tem sido tratada como um problema social de maior abrangência e reflexão, pois boa parte das notícias tem relatado apenas um fato isolado ocorrido. A mídia, grande formadora de opinião, tem um importante papel na sociedade e um imenso potencial nas ações de redução das formas de violência.

A Polícia Militar está buscando melhorar a atuação junto à comunidade, o que está sensibilizando, inclusive, a imprensa em torno das boas ações efetivadas. Mas se algum integrante da Corporação se desgarra dessa noção de bem servir à sociedade e sai, comprovadamente, da linha de retidão, não resta dúvida de que a imprensa irá noticiar as mazelas de quem quer que seja, porém é também certo que a boa imprensa irá propalar a verdade respeitando às regras do estado de direito.

Deixo, também, a reflexão de que a segurança de um território não se mede através de um fato único, mesmo que tenha ensejado grande comoção social. Entendo que as conclusões sobre a violência devem ser frutos de análises apuradas e críticas, seguindo métodos confiáveis, a fim de não se criar um quadro alarmante de insegurança por conta de ocorrências danosas específicas, as quais sempre ocorrem, é bom ressaltar, até mesmo em países considerados avançados.

Portanto, as autoridades da segurança pública, imprensa e comentadores da questão, principalmente os que já labutaram ativamente nesse universo como servidores públicos, têm que atentar para métodos mais consistentes e confiáveis, pois, com essa postura que entendo responsável, quem mais ganhará é o cidadão, que depende do compromisso de todas as instituições e pessoas envolvidas na problemática, afinal, como reza a Constituição da República: "A segurança pública, dever do estado, direito e responsabilidade de todos...".


Nilton Régis Mascarenhas - Cel PM
Comandante Geral

10 comentários:

  1. A imprensa deveria ser imparcial e somente transmitir a verdade, evitando a deturpação de fatos relacionados à Polícia Militar.

    É incontestável o poder de manipulação da imprensa. A imprensa tem o poder de transformar “perna de pau” em um grande jogador de futebol.

    Com comportamento leviano, a imprensa contribui substancialmente para o aumento da violência, uma vez que sempre coloca em dúvida a atuação do policial militar, transformando o policial em vilão e o criminoso em pobre coitado que não teve oportunidade na vida.

    Deixarei aqui registrado um exemplo (dentre vários) de injustiça da imprensa com a polícia militar:

    - Em uma reintegra de posse, o oficial de justiça tem autonomia para solicitar apoio da polícia militar, que por sua vez tem a incumbência de manter a ordem e garantia da lei. Só que muitas vezes, com o intuito de fazer prevalecer a lei, a polícia tem que fazer uso da força necessária. Neste momento, o foco da imprensa não é mais da reintegração e sim da “violência policial”.

    Este é um exemplo clássico de deturpação, pois não existiu violência policial. (Não há crime quando o agente pratica o fato em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Art. 23, III, do CP).

    O policial arrisca o que há de mais valioso em um ser humano, que é a VIDA. Enquanto no meio da noite a população dorme, policiais arriscam suas vidas para proporcionar tranqüilidade e segurança.

    A imprensa esquece de divulgar a importância da Polícia, pois é a única instituição garantidora da lei. Sem a polícia não haveria carnaval, jogos em estádios, realização de grandes eventos. Médicos, professores, até mesmo profissionais da imprensa, não teriam condições de deslocarem para exercerem suas funções. “Lembram o que aconteceu com a greve da polícia militar em 2001?”

    Os bons profissionais da Segurança Pública, não podem ser apedrejados pela imprensa.

    Quando se fala bem da polícia, o oficial está à frente. E quando se fala mal da polícia, o “bode expiatório” é o soldado. Mas oficiais e soldados fazem parte da mesma instituição.

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  2. Olá Cmt,

    Espero que esteja atento aos acontecimentos do RJ.
    O senhor viu o que um Comandante Geral forte é capaz de conseguir para a tropa? 70 a 80% de reajuste.
    O senhor tb pode, é só querer. Força e apoio da tropa é o que não lhe falta.
    Vamos em busca de uma PM mais valorizada!!Que se mostre para a imprensa de uma maneira mais agradável; com profissionais valorizados satisfeitos e comprometidos com o serviço.
    boa sorte

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  3. Valter Souza Menezes - Maj PM - Cmt. da Rondesp/Atl30 de junho de 2010 às 19:34

    Este assunto é muito importante para todas as Instituições que têm o dever de zelar pela Paz Social! O relacionamento com a imprensa deve ser claro, técnico e verdadeiro sempre! Nós, como Instituição Pública e Centenária, devemos obedecer ao principio da publicidade dos nossos atos. Uma matéria bem feita, bem apurada pela imprensa, muitas vezes esclarece anomalias cometidas por pessoas que se escondem nas profissões para cometerem delitos e transgressões. Serve até para o bom julgamento futuro da Justiça. Vejo que a nossa PM tem amadurecido muito no trato desse assunto e que estamos no caminho certo.
    Parabéns pelo artigo.
    Valter Souza Menezes – Maj PM
    Cmt. da Rondesp/Atlântico

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  4. Importante tambem ressaltar a tendenciosidade,sensacionalismo e a falta de precisão das reportagens; expondo as partes envolvidas numa situação/circunstância ao rídiculo e a mercê das interpretações diversas, é o que muitas vezes acontece com a Polícia Militar; percebemos que existem pessoas responsaveis pela produção e veiculação de textos com intereses escusos, alheios e inconfesos dada a forma como são publicada tais noticiários; são incapazes de perceber que as Policias pertecem a sociedade e que uma vez deterioradas quem paga o preço é a própria sociedade, porque o motivo de existencia das policias é a sociedade e se desmoralizam, desmotivam e arrasam com a instituição quem irá sofrer é a sociedade que de uma forma ou de outra precisa dos trabalhos e da existência da instituição de segurança pública. Acontece, que assim como existem maus e bons profissionais em todos os lugares, não é diferente nas policias, como também na imprensa quer seja falada, quer seja escrita. Todavia, antes de expor ao publico as suas matérias deveriam fazer uma análise de juizo, até porque se aproveitam do analfabetismo e iletramento da população para fazer valer suas tendenciosidades e etc.; especialiastam da área de educação são unanimes em afirmar que o brasileiro possui problemas grave de interpretação de texto, ou seja, não sabemos interpretar textos, mais um motivo para se preocupar com esse tal quarto poder, a imprensa; é preciso que os pensadores de Polícia fiquem atento, porque não se pode deixar que profissionais de mídia tendenciosos destruam a imagem de uma instituição que existe e pertença sociedade.

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  5. Eu gostaria que as coisas não fossem assim, mas pode um Delegado da PC, receber um homicida preso, depois de ter matado, mesmo em legítima defesa um policial, deixar de prende-lo em flagrante delito? Não seria a Justiça que teria o dever legal de entender que aquele fato foi LD e liberar o preso, deixando-o responder solto o inquérito. E mais! Alegar que liberou-o, pois os colegas do PM poderia mata-lo! Meu Santo Jesus, onde estás que não nos acode! Vamos desembarcar da Bahia minha gente!

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  6. HOJE EM DIA APOS UM CERTO PROGRAMA POLICIAL, TODOS DA IMPRENSA BAIANA VALORIZAM OS TRABALHOS REALIZADOS PELA PMBA,COLOCANDO COMO CARRO CHEFE OPERAÇÕES POLICIAIS, POIS ANTES A IMPRENSA DESCIA O CACETE NA POLICIA, PRINCIPALMENTE NA POLICIA MILITAR, A IMPRENSA TEM O GRANDE PODER DE FORMA OPINIÕES,A EXEMPLO DE TÍTULOS DE MATERIAS ENVOLVENDO POLICIAIS, QUANDO EM TROCA DE TIROS, EM LEGITIMA DEFESA, GERALMENTE O TITULO DA MATERIA É; (POLICIA MATA JOVEM EM SUPOSTA TROCA DE TIROS)NOS DEIXANDO SEM O DIREITO DE DEFEZA, POIS COMO MILITARES NÃO PODEMOS IR ATÉ OS JORNAIS NOS EXPOR, ATE MESMO PELO ESTATUTO QUE REGE OS POLICIAIS MILITARES,NA VERDADE ESPERAMOS MAIS SERIEDADE,ÉTICA E IMPARCIALIDADE DOS PROFISSIONAIS DE IMPRENSA NA SUAS MATERIAS. EM FIM, É SÁBIO A APROXIMAÇÃO DO POLICIAL MILITAR COM A IMPRENSA, POIS COMO DIZIA MEU PAI QUANDO NÃO PODE COM ELE JUNTE-SE A ELE!

    SD PM ARCANJO/ 31 CIPM

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  7. É muito facil para à imprensa, criticar a policia militar, nós não temos ninguém para da uma resposta à imprensa, ela teria que ser imparcial mais a imprensa não é, essa e a verdade nossos superiores não tenhe força para argumenta na mídia. As praças sempre estão a frente de todas as operações policiais quando a operação da certo parabéns, quando acontece algum de errado tenhe que culpa as praças, pois parece que nós não temos ninguém a frente. Pois não acho certo certas colocações da imprensa quando ela é criticada toda ela vai para cima de que à criticou, por que na nossa Policia Militar não fazemos o mesmo, nós não temos força para isso, estão querendo colocar o nosso companheiro como assasino, pois ele fez o que qualquer policial militar faria, quem trabalhar na rua sabe o risco de morte é eminente. Pesse sai uma pessoa com uma arma na mão em sua direção vc faria o que? eu faria a mesma coisa que ele não iria esperar a pessoa atirar em mim, a impensa sabe que o nosso colega esta correto por isso a imprensa não menteu o pau.

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  8. Comandante. Gostaria de esclarecimentos ao que concerne a publicação dos resultados. Tendo em vista que este deveria ser público e não restrito apenas ao candidato. Até onde eu tenho conhecimento concursos são divulgados com listas de aprovação especificando desempenho de todos os convocados, para que seja público e aqueles que participaram do processo seletivo possam acompanhar todo o andamento do referido processo. Cabe a mídia fazer esse acompanhamento também, mas da forma como estão sendo processados os resultados o principio da publicidade, presente na nossa CF/88 não está sendo assistido!! Atenciosamente!!

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  9. O que eu tenho visto nos programas é uma sequência de erros grotescos de policiais militares, que colocam josrnalistasna na linha der fogo, e se esquecem da técnica em frente as câmeras. Imaginando que estão sendo valorizados pelos jornalista, mas na realidade estão apenas se expondo.

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  10. Siceramente, sem comentários... o movimento PEC300 é desprezado pela mídia, nos dias de reunião no DF, a imprensa praticmente NÃO DESTACA NOSSA LUTA, outro dias desse dois pm´s da qual não vou discutir aqui se foram errados ou não, enfrentaram 10 marginais armados de fuzil e metralhadorase não houve um cometário sequer falando sobre isso. No Jornal Bom dia Brasil da rede globo, mostraram uma matéria sobre um pm do Rio de Janeiro que tinha rejeitado propina, o apresentador limitou-se a afirmar: " ...isso é raro acontecer, e pela forma como o policial falou alguém poderia pensar que ele rejeitou a oferta de propina por que 70 reais seria um valor muito baixo..."
    A imprensa mostra essa classe de trabalhadores com salários vergonhosos? A imprensa se une aos policiais na luta da pec 300?
    NÃO.
    Não sou reacionário , mas sou contra a imprensa !!

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