sexta-feira, 16 de julho de 2010
A motivação para o crime
Para labutar na atividade de segurança pública, principalmente no que tange às obrigações da Polícia Militar, não podemos compreender somente o planejamento e a execução das atribuições de policiamento ostensivo com suas ordenações legais, mas também, no sentido de melhorarmos as ações, a própria análise detalhada dos fatos contidos nas ocorrências em que participamos, levando-se em conta fatores das diversas ordens, a exemplo, como pretendo enfocar na presente exposição, do comportamento dos acusados ou suspeitos de delitos graves, em específico, daqueles participantes das atividades criminosas ligadas ao tráfico de drogas; indivíduos que, em seus propósitos descabidos, chegam ao extremo da barbárie ao tirar a vida de outro ser humano.
Será que a motivação de uma pessoa ao tentar ou efetivamente matar alguém provem de algum distúrbio psicológico? Defendo, de início, que nenhum ser humano nasce com disposições criminosas, ou seja, não há provas de que a criminalidade está delineada nos genes humanos. Ainda nesse entendimento, vejo que o ato de atentar contra a vida de outrem pode constituir-se numa tendência mental que um indivíduo adquire devido a influencia do meio, pois, em casos de ambientes de convivência hostil, pode-se estabelecer entre as pessoas estímulos bastantes "negativos", tais como os que conduzem ao cometimento de homicídios.
As pessoas são imprevisíveis em relação ao comportamento criminoso. E em se tratando dos que cometem crimes contra a vida, quando da convivência cotidiana, eles ou elas geralmente aparentam normalidade e apresentam, também, um comportamento social aceitável e até mesmo admirável. Aparentemente são indivíduos que não esboçam um quadro de doenças, mas que, vez por outra, demonstram gostar ou sentir prazer em fazer o "mal" a alguém.
Tais sujeitos que praticam crimes contra a vida em nome do comércio das drogas atuam de forma consciente e, em grande parte dos casos, tudo é bem planejado antes de ser executado. São indivíduos que calculam bem os seus passos e atos. Acrescente-se também aos argumentos que todo usuário e principalmente sua família têm arcado com as conseqüências decorrentes desse tipo de busca de prazer que considero, juntamente com grande parte da sociedade, o maior mal do milênio.
De forma tímida, nos últimos tempos, a população vem se mobilizando para que as pessoas se previnam contra o uso de drogas, pois, dentro de uma clandestinidade, os traficantes muito tem feito para que elas sejam comercializadas. O resultado final é que as pessoas estão consumindo cada vez mais drogas, de forma que os conflitos e conseqüentes mortes têm sido mais constantes.
Contudo, estamos trabalhando muito dentro das nossas possibilidades humanas, materiais e limites legais, a fim de que esse triste quadro tenha uma reversão aceitável e esperada. O simples fato de estarmos buscando decifrar as causas e conseqüências da violência por meio de uma reflexão com amplas possibilidades do debate, parece-me ser de inestimável valor e considerável importância para a segurança pública. Essas minhas palavras, que seguramente serão avaliadas por um público que também busca soluções para o problema apontado, certamente contribuirão para a proveitosa dialética que tem se estabelecido em torno do tema.
Mais uma vez, muito obrigado!
Nilton Régis Mascarenhas - Cel PM
Comandante Geral
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Comandante, quando sairá a promoção dos aspirantes? Já passou mais de um ano. Uma turma inteira está sendo prejudicada. Pais e mães de família.
ResponderExcluirExcelente comentario sobre o assunto. Demonstra coragem e conhecimento de um tema que preocupa a toda sociedade. Precisamos de uma mobilização nacional para enfrentarmos esse problemas. Parabéns!
ResponderExcluirE a lisura do CFO foi abalada e precisa ser corrigida através da anulação da prova...
ResponderExcluirTem que haver pena se morte para traficantes. Só quem sabe quanto sofre a família que tem viciado nela é a própria família. Bala neles (traficantes).
ResponderExcluirDe inicio, parabéns ao Sr. CMT/GERAL, a isenção é primordial, o sr. colocou situações pertinentes, e praticamente como as coisas são, não como as coisas teriam sido. É óbvio que nós sabemos que um crime de homicídio é sim um crime, que por mais queíra-mos o explicar, certamente não conseguiremos. Será sim um ato de extrema/última atitude humana. Ou que a lei com a sua total isenção, o explique. Grato! SD PM R Silva.
ResponderExcluiralguém poderia responder por que a nota final e a colocação dos aprovados no cfo pmba 2010 não apareçe na convocação para a segunda chamada alguns candidatos obtiveram nota acima de 87.00 e querem saber qual a pontuação minima para se acentuarem , não seria possivel tornar isso pulblico ?
ResponderExcluirUma pena que só a PM se arvora a responsável pela solução do problema. Assume todos os ônus, ante a omissão dos poderes constituídos. Fazemos sempre mais do mesmo: viatura na rua e abordagens policiais. Vai resolver o quê? Os PM são sugados até a última gota para dar uma satisfação aos alcaides de plantão.
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